sábado, 21 de abril de 2012

Por que os homens teimam em não só negar, mas também combater a realidade da existência de Deus?



Milhões de pessoas hoje não estão interessadas em saber se Deus existe ou não, e jamais se preocupam em discutir o assunto. Em um mundo que tem exaltado a aquisição de bens materiais, supervalorizado a busca do prazer e a glória de si mesmo, vem-se tornando cada vez mais fácil muitos se esquecerem de Deus ou viverem como se Ele não existisse. Mas podemos demonstrar facilmente que a negação da existência de Deus põe em total desordem a vida. "A fé é mãe de todas as harmonias do mundo, mas os inimigos da fé são os pais de todas as confusões", disse o escritor inglês Gilbert Keith Chesterton.

Além do mais, ninguém está no Universo tão só quanto o ateu. "Ele chora com o coração órfão por ter perdido o Sublime Pai, junto ao imenso cadáver da Natureza, vegetando sempre no interior desse enorme túmulo. Ele chora até se separar desse 'cadáver', pela sua própria dissolução. Todo o Universo jaz diante dele como uma esfinge egípcia de pedra, assentada na areia, com a máscara férrea e fria da eternidade informe", escreveu um moderno teólogo.

Tem-se observado que, na maioria dos casos, ateus realmente sinceros no mais profundo de suas consciências, convencidos plenamente de seu ateísmo, dificilmente alguém os poderá apontar. O que existe são homens soberbos, com ares de superioridade, com os lábios cheios de ironia, vaidosos de suas riquezas, de sua posição na sociedade e dos seus conhecimentos. Crer na existência de Deus para eles significa dar uma demonstração pública de fraqueza, de dependência. O ateísmo se apresenta, hoje, como um movimento humanista radical. Muitos estão vendo Deus como um obstáculo ao progresso humano, e procuram afastar esse "obstáculo" do caminho da humanidade. Satanás os tem levado a pensar que, para eles justificarem suas próprias existências e imprimirem valor e sentido à vida, têm de negar a Deus.

"Um ser qualquer não é independente a seus próprios olhos, senão quando ele se basta a si mesmo, e ele não se basta a si mesmo se deve sua existência a outrem, fora de si", escreveu soberbamente o filósofo Karl Marx. Muitos ateus modernos acusam o cristianismo de haver minimizado o homem, submetendo-o a Deus. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche chegou a afirmar que "provavelmente o homem irá se elevando cada vez mais alto a partir do momento em que deixar de se embalar em Deus."

Aliás, foi Nietzsche que, no auge da soberba e da blasfêmia, no seu livro Assim Falou Zaratustra, colocou nos lábios de Zaratustra a seguinte afirmação: "O vosso Deus jorrou sangue sobre o meu punhal... Deus está morto; agora nós queremos que o Super-homem viva."

Tendo sido também autor do livro O Anticristo, sabe-se que Nietzsche passou os últimos dez anos de sua vida sob o peso de imensos remorsos, sofrendo constantes crises de desespero. A inteligência que tanto blasfemara contra Deus mergulhou nas trevas da loucura. Nietzsche morreu louco. Sim, pois Deus "olha para todo soberbo e humilha-o, e esmaga os ímpios no seu lugar" (Jó 40.12).

“Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido” (Isaías 2.12).

O mesmo sentimento de soberba responsável pela queda de Lúcifer diante de Deus é o que tem impulsionado a maioria dos indivíduos que se confessam ateus. Outro filósofo alemão, Dietrich Kerler, escrevendo a seu amigo Max Schueler, afirmou: “Mesmo que se pudesse demonstrar matematicamente que Deus existe, não quero que exista porque me limitaria na minha grandeza”. É o pecado da autossuficiência, do orgulho satânico com o qual o Inimigo da humanidade continua a perverter os seres humanos. "Se houvesse um Deus, seria o homem aniquilado, como essência ética, e como pessoa", dizem hoje indivíduos com a mentalidade ateística como a de Nicolau Hartman.

A irreverência e a rebeldia têm brotado no coração de milhões de seres humanos, levando-os a tentar "expulsar" Deus do meio da humanidade e do universo. São os ateus militantes, coisa inédita na História humana. Essas pessoas não só professam o ateísmo, mas promovem também o antiteísmo, ensinado, hoje, tecnicamente, em universidades especializadas. Deus, além de negado, está sendo combatido. E o resultado de tudo isso é a atual crise universal, a mais espantosa de todas elas. Quando os homens resolvem desconhecer a Deus, passam a viver fora da obediência às suas leis. E, como consequência, as colunas que sustentam a vida desabam, e passam a prevalecer então a anarquia, a violência, a devassidão e o egoísmo.

Soberbos como o político italiano León Gambetta chegam a dizer: “O nosso mundo entende depender somente do direito humano e quer chegar à emancipação e glorificação da pessoa humana”. Em plena Câmara Francesa, em Paris, o político francês Jaurês afirmou: "Se o próprio Deus se levantasse diante da multidão em forma palpável, o primeiro dever do homem seria de lhe recusar obediência”. Escrevendo ao poeta Paul Claudel, outro escritor francês apresentou mais uma prova de que o verdadeiro responsável pelo movimento mundial de negação da existência de Deus é o mais antigo de todos os soberbos, Satanás: "Há incompatibilidade entre mim e Deus, porque sou um orgulhoso."

Todavia, o filósofo inglês Francis Bacon afirmou que o ateísmo está, na maioria dos casos, mais na boca do que no coração daqueles que se dizem ateus. Algumas vezes, o que leva mesmo muitos estudiosos a assumirem uma posição de desconhecimento da existência de Deus é o fato de, não avançando nos seus estudos e pesquisas como deveriam e achando que já atingiram o mais alto grau de conhecimento que poderiam alcançar, eles se ensoberbecem nos seus "esforços" para encontrar a verdade, sem saber que ficaram muito aquém do verdadeiro caminho que os conduziria a ela, e que ela mesma é Jesus Cristo.

Apesar de o ateísmo se constituir em uma terrível realidade de nossa época, imposto durante dezenas de anos de cima para baixo como "religião do Estado" pela ex-União Soviética e por muitos outros países de regime marxista, a fé em Deus continua sendo igualmente um fato poderoso, que abrange o mundo e proclama a existência e a soberania de Deus sobre a vida de um número cada vez maior de seres humanos. "Deus existe!" é a grande afirmação ecoando poderosamente nas consciências e nos corações de milhões de pessoas que, declaradamente ou em oculto, rendem adoração ao Criador do Universo!

Em nossas atividades como apologistas (defensores) do Cristianismo, devemos mostrar aos ateus que, ao contrário do que o diabo tem colocado em suas mentes, o fato de Deus existir de maneira alguma entra em choque com a liberdade necessária ao progresso humano, pois o Filho de Deus veio ao mundo para levar o homem a conhecer a verdadeira liberdade: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). Liberdade e vida: eis o que Deus nos enviou através de Seu Filho Jesus Cristo: "... eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10.10).

Os ateus devem saber que o Deus de quem eles negam a existência não é o verdadeiro Deus, aquele a quem nós adoramos e servimos. É uma falsa imagem, uma caricatura dele. Aquele que se revelou com poder e grande glória na Criação, na consciência coletiva e individual dos povos, e nas Sagradas Escrituras, aquele que resplandece com luz penetrante e viva nos ensinamentos e na pessoa de Jesus Cristo — este é o nosso Deus. Ele é aquele que, tendo vindo para o meio dos homens, "a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens..." (Filipenses 2.7).

Ele é o Criador, a quem pertencem a glória e o domínio de todas as coisas pelos séculos dos séculos (1 Pedro 4.11), mas por amor de nós e para nos salvar dos nossos pecados, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz (Filipenses 2.8). Este Deus revelado em Jesus Cristo, longe de destruir a liberdade do homem, antes a fundamenta e a completa. Deus existe, e a fé nEle e em Jesus Cristo oferece para os problemas humanos respostas incomparavelmente superiores às do ateísmo.


Retirado do livro “Provas de existência de Deus”, de Jeferson Magno Costa

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Você acha que tem problemas?

Esse é um post para quem acha que vive muitos problemas na vida.

  • se você estiver reclamando de que tem poucas roupas e sapatos, pense em quem precisa caçar no lixo os restos e remedos de roupas de quem se desfez do que não prestava;
  • se você estiver reclamando que seu apartamento é muito pequeno, pense em quem está com toda família debaixo de um viaduto, ao redor de uma fogueirinha tentando aquecer as crianças;
  • se você estiver dizendo que o almoço de hoje foi uma droga, pense que bilhões de pessoas passam fome no mundo;
  • se você estiver reclamando da qualidade do plano de saúde que sua empresa lhe proporciona, pense em quem está com um parente chorando de dor esperando a “boa” (?) vontade de algum médico aparecer no plantão do SUS de hoje;
  • se você estiver reclamando de que não tem tempo para ler a Bíblia, pense em quem mora em países onde o livro é proibido de circular;
  • se você reclama do seu salário, pense em quem não consegue arrumar trabalho só por ter chegado aos 40;
  • se você reclama de seu filho pequeno por ser muito arteiro, pense em crianças que vegetam na cama, e que não respondem a nenhum estímulo;
  • se você reclama que o ponto de ônibus fica muito longe do serviço, pense em quem está numa cadeira de rodas e depende de outros para tudo;
  • se você diz que seu chefe é insuportável, pense nas pessoas que em pleno século XXI ainda vivem em regime de escravidão;
  • se você reclama que nosso país não tem jeito, aceita uma passagem só de ida ao Afeganistão? Somália? Quênia?
Bem, acho que chega, né? Que tal agradecer a Deus por tudo que tem? Pense nisso.

BereiaBlog

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Não inverta a ordem.


Se seu irmão pecar contra você, vá até ele e, se ele se arrepender, a questão está resolvida. Se não se arrepender, chame uma ou duas testemunhas e vá novamente a ele. Se ele não atender, diga à igreja e se, por fim, não ouvir também a igreja, considere-o gentio e publicano, ou seja, trate-o como se não fosse da igreja. De forma resumida, é este o ensinamento de Jesus em Mateus 18.15-17 sobre o que fazer quando somos alvo do pecado do irmão.
Ainda assim, muitos teimam em inverter a ordenança do Senhor.
Consideremos um exemplo hipotético: José peca contra Manoel. A primeira atitude de Manoel é considerar José gentio e publicano, pois começa a evitá-lo. Ele não faz mais parte de “sua” igreja. Pode até freqüentar o mesmo local de culto, mas não faz parte de sua igreja particular. Depois disso, Manoel começa a campanha de falar aos outros o que José lhe fez e o quão pecador ele é. Talvez um dia, Manoel venha saber que José estava magoado com ele e se arrependa ou acabe também se chateando, e algo que poderia ser resolvido seguindo os passos bíblicos se torna um grande conflito onde o que interessa é saber quem pecou primeiro.
Na primeira vez que li sobre a ordem de Jesus fiquei a questionar: Porque o ofendido é quem tem de procurar o ofensor? A obrigação de procurar deveria ser de quem ofendeu e não o inverso.
Hoje entendo que é porque muitas vezes ficamos ofendidos e o irmão nem sabe o que nos causou. Pode ser que ele não tivesse a intenção de nos magoar e acabou magoando, mas nunca saberá disso, a não ser que, cumprindo a ordem de Jesus, o procuremos para que a paz se estabeleça e Deus seja glorificado.
Infelizmente, o que muitas vezes nos impede é o orgulho pecaminoso, é achar que quem nos ofende não é digno de que o procuremos, é nos achar melhores que os outros e que não existe a mínima possibilidade de fazermos algo semelhante.
Da próxima vez que nos sentirmos ofendidos, humildemente sigamos o padrão estabelecido pelo Senhor, se não temos feito isso até então. Certamente, essa é a única e melhor maneira de resolver os nossos problemas. Lembremo-nos de que o pecado do nosso irmão não autoriza ou justifica o nosso pecado de deixar de lado o que o Senhor nos ensinou.
Milton Jr

terça-feira, 10 de abril de 2012

O justo viverá pela Fé.

Habacuque sofreria muito se vivesse nos nossos dias. Suas súplicas a Deus por Justiça frente ao viver impiedoso do seu próprio povo deve nos fazer orar como ele orou, pedindo que Deus aja mesmo contra o seu povo, para que este possa acordar da letargia e fraqueza moral com que vive.

Por mais surpreendente que tenha sido, a resposta de Deus ao profeta dizendo que mandaria um povo ímpio para escarnecer do seu próprio povo parece também ter cumprimento nos nossos dias. Somos, como ‘evangélicos’ motivo de piadas e chacotas por causa dos falsos crentes e líderes que embaralham a mente do mundo e envergonham o evangelho.

Mas como devemos, os crentes, perceber todo esse engano que o falso cristianismo tem mostrado? Deus disse a Habacuque que escrevesse numa tábua de pedra (igualzinho aos 10 mandamentos) qual seria o centro da sua mensagem: O justo viverá pela fé.

Aprendendo a lição, o profeta declarou que se tudo na vida acabasse, a figueira não florescesse, a oliveira murchasse, os currais ficassem vazios, ainda assim ele se alegraria em Deus e na sua salvação.

Será que esse evangelho pode ser pregado como suficiente?

Se tudo o que der prazer ao leitor: família, emprego, estabilidade e o que mais você puder pensar for requerido de você hoje, você precisa entender que viver pela fé é, ainda nas piores circunstâncias poder dizer: ainda assim eu me alegro no Deus da minha salvação.

Parece diferente do que você vê na TV? Mas esse é o evangelho daquele que nos chamou assim: Quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

Esse é um convite irrecusável!

domingo, 8 de abril de 2012

Cordeiro ou Coelho? o Verdadeiro significado da Páscoa.

Êxodo, segundo livro da Bíblia escrito por Moisés, conta a história da libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio, que por 400 anos viveu debaixo da opressão de Faraó. Deus ouve o clamor de seu povo, e providencia um redentor; seu nome? Moisés, aquele que foi retirado das águas. Como profeta, Moisés foi enviado até Faraó, para dizer em nome do Senhor, que este libertasse o povo de Deus da escravidão e o deixasse ir livremente para o deserto.
O duro coração de Faraó não atendeu a ordem de Deus. O Egito, então, experimentou o juízo divino por meio de dez pragas (Êx 7.14–12.36) – (1) as águas tornaram-se sangue, (2) rãs, (3) piolhos, (4) moscas, (5) peste contra os animais, (6) úlceras, (7) chuva de pedras, (8) gafanhotos, (9) trevas, (10) morte dos primogênitos – sendo Israel preservado em todas estas coisas.
Entre o anúncio e a execução da décima praga, o Senhor institui um memorial, um estatuto perpétuo, denominado a “Páscoa do Senhor” (Êx 12.11). A palavra “Páscoa” (do hebraico “Pessach”, na língua grega “Pascha”) quer dizer simplesmente “passagem”. O sentido da palavra “páscoa”, entretanto, ganha força nas palavras daquele que institui e determina o que deveria ser feito pelo povo pactual e o que haveria de acontecer: “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.12, 13).
Moisés então transmite o mandamento do Senhor ao povo e este faz tudo àquilo que lhe foi ordenado. Um cordeiro sem defeito deveria ser morto; seu sangue aspergido nas ombreiras e vergas das portas; sua carne assada no fogo comida com pães asmos e ervas amargas (Êx 12.7-10). O sangue inocente derramado seria o “sacrifício da Páscoa ao SENHOR" (Êx 12.26, 27). Deus feriria os egípcios, mas preservaria a Israel por meio de um sacrifício.
Quando vossos filhos vos perguntarem
Cordeiro ou coelho? Sangue ou ovos de chocolate? Sacrifício ou diversão? Não precisamos enfatizar aquilo que todo o crente já sabe. Páscoa não tem nada a ver com coelhos ou ovos de chocolate. Contudo, é importante que reafirmemos biblicamente algumas coisas para os nossos filhos:
(1) A história de Moisés e do povo de Deus no passado aponta para o Redentor dos eleitos de Deus e sua Igreja hoje. Ele nos libertou das trevas e nos transportou para o reino do Filho de seu amor, no qual temos a redenção e a remissão dos nossos pecados (Cl 1.13, 14).
(2) Cristo, nosso libertador, instituiu na noite em que foi traído uma nova Páscoa, a Santa Ceia do Senhor, substituindo o velho pelo novo (Mt 26.26-30). O juízo divino cairia sobre Ele; seu sangue seria derramado para salvar o seu povo de seus próprios pecados (Mt 1.21).
(3) Na celebração da Santa Ceia anunciamos a morte do Senhor, mas também o seu retorno, uma vez que ele triunfantemente ressuscitou (1Co 11.26). Porque ele vive, nós temos uma viva e real esperança escatológica.
Concluindo...
Precisamos falar para as gerações futuras o que nosso Senhor Jesus fez por nós: “Queridos filhos, vocês não precisam sacrificar mais cordeiros, porque o Cordeiro de Deus sacrificou a vida por vocês! Vocês precisam crer em Jesus, na sua morte e ressurreição para serem salvos. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa!”.
Portanto, “lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado… celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Co 5.7, 8).
Alan Kleber

sábado, 7 de abril de 2012

Você sabe porque Deus é Luz?

Uma das grandes declarações da Bíblia é: Deus é luz (1 Jo 1.5). É verdade que nós somos a luz do mundo, mas Deus é luz em sua autorrevelação ao homem. Deus é amor em sua obra de salvação redentora. A síntese do ensino de Jesus acerca de Deus é que Ele é luz. A luz ilumina, aquece, purifica e alastra. Ela traz conhecimento da verdade e resplandece nas trevas da ignorância. O que isto pode nos ensinar?


1. Deus é luz no sentido de que é da sua natureza revelar-se. Só conhecemos a Deus porque Ele se revelou. É de sua natureza revelar-se, assim como a propriedade da luz é brilhar. Dizer que Deus é luz significa que não há nenhuma coisa secreta, furtiva e encoberta ao seu redor. Deus quer que os homens o vejam e o conheçam.


Deus se revelou na criação, na consciência, nas Escrituras e em Jesus, o verbo encarnado. O conhecimento de Deus não é um privilégio apenas de um grupo seleto e iluminados pelos mistérios do gnosticismo, mas é franqueado a todos que contemplam seu Filho, a luz do mundo.


2. Deus é luz no sentido de sua perfeição moral absoluta. Deus é santo e puro. Não há mácula em seu caráter. Ele é imaculado. Ele é puríssimo em seu ser, em suas palavras e em suas obras. Na há trevas que ocultam algum mal secreto em Deus nem sombra de alguma coisa que tema essa luz. O apóstolo João diz que não há Nele treva alguma.


3. Deus é luz no sentido de que nada pode ficar oculto aos seus olhos. Deus é luz e habita em luz inacessível (1 Tm 6.16). A luz penetra nas trevas e as trevas não podem prevalecer contra ela. Deus é onisciente e para Ele luz e trevas são a mesma coisa. Ele a tudo vê, a todos sonda e nada escapa do seu conhecimento. A luz penetra nas trevas e as dissipa. É impossível esconder-se de Deus, seja nos confins da terra, seja nas profundezas do mar.


4. Deus é luz no sentido de que não há nEle treva nenhuma. Nos escritos de João, trevas têm uma conotação moral. Trata-se da vida sem Cristo (Jo 8.12). As trevas e a luz são inimigas irreconciliáveis (Jo 1.5). As trevas expressam a ignorância da vida à parte de Cristo (Jo 12.35,46). As trevas significam a imoralidade da vida sem Cristo (Jo 3.19). As trevas apontam para o desamor e o ódio (I Jo 2.9-11). Aquele que é puro em seu ser e santo em suas obras não pode tolerar as trevas nem ter comunhão com aqueles que vivem nas trevas.


Portanto saia das trevas, e venha para a Luz, Jesus, que disse ser a Luz do mundo e nos convida a seguirmos seus passos.

Pr. Marcelo Oliveira

domingo, 1 de abril de 2012

Se amar fosse fácil, não seria um mandamento.

Parece fácil: basta amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo que a vontade divina estará satisfeita e seremos felizes! Quer dizer, isso se a tarefa fosse simples assim. Quando Jesus resumiu toda lei judaica nesses dois pequenos mandamentos, não o fez por serem fáceis de memorizar ou realizar, mas sim pela razão de que eles compõem a essência de todas ações divinas. Pena que seja tão difícil colocá-los em prática.


Permita-me começar com o que parece mais simples: amar a Deus acima de tudo. Dá frio na barriga vislumbrar a imensidão de fazer uma afirmação dessas. É profundo demais para ser tratado com leviandade. Acompanhe meu raciocínio: amar a Deus é amar Sua pessoa, Sua essência, aquilo que Ele é. Ora, ninguém melhor do que Jesus de Nazaré para expressar como pensa e age esse Deus. Ao olhar a vida do Mestre, vejo uma vida íntegra, verdadeira, cheia de perdão, compaixão e misericórdia. Esse é o caráter do Pai, e amá-Lo nada mais é do que apreciar, admirar e imitar o seu filho.


Amor próprio. O outro mandamento sobre o amor parte da premissa que a pessoa se ame. Amar-se não é tão-somente valorizar-se como pessoa, mas reconhecer-se como ser criado e dotado de capacidades singulares dadas pelo próprio criador. Isso é sensacional! Somos únicos e especiais. Infelizmente, porém, muitos confundem amor próprio com soberba. A diferença básica é que o soberbo se ama, mas também se acha melhor do que o outro. É uma postura prepotente e que, com certeza, não é inspirada no exemplo de Cristo. Que ninguém se engane: só ama ao próximo quem também se ama. Como seria possível fazer pelo outro aquilo que não se faz nem por si próprio? Isso seria tão natural quanto jogar um piano pela janela e, ao invés de vê-lo despencar, ver-se-ia subindo ao céu. Loucura, não é mesmo?


No monumental tratado sobre o amor escrito pelo apóstolo Paulo aos coríntios, é possível verificar com precisão o que significa amar: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece… Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal… Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Tranquilo, não é mesmo?!


Gosto muito do final desse trecho: “permanecem a fé, a esperança e o amor, mas o maior deles é o amor”. Por quê? Simples. Quando Jesus voltar, fé e esperança deixarão de fazer sentido, já que o veremos face a face. Entretanto, o amor é eterno. Existiu no passado, existe hoje e sempre existirá. Somos convidados a participar de um reinado de amor que durará para sempre. Por isso, o amor é maior, pois nunca acabará. Quando alguém abandona o “Caminho”, sempre me questiono: será que provou do amor de Deus? Como renunciar a algo tão forte? A coisa mais terrível desse mundo é não ser amado: é sinônimo de morte ou de proximidade dela.


E o amor ao próximo? Amar aquele vizinho barraqueiro? Amar um criminoso? Amar político corrupto? Amar o mal encarado que fechou seu carro no trânsito? Amar aquela irmã da igreja que destrói tudo a seu redor com sua língua ferina? Amar aquele pastor que dá mais medo que o lobo? Amar falsos profetas que enganam em nome de Deus? Pensando assim, amar seria masoquismo e falsidade pura, mas entendo o “amar” bíblico como aquele que faz o que estiver ao seu alcance para refletir o amor de Deus. Não tem nada a ver com sentimentalismo de novela mexicana. Não retribui com o mal, não sacaneia, não passa a perna, não se vinga, não puxa tapete e nem imputa mentiras.


 Ridículo? Absurdo? Pois bem, então temos um sério problema, pois nosso Senhor Jesus é exatamente assim. Fácil? Não! Dificílimo! Mas precisa, no mínimo, ser um caminho para o qual estamos indo na direção certa, ou ao menos, vislumbrando como local para onde Cristo aponta. Se mesmo assim, nada servir, somos apenas bons religiosos, adeptos de algumas doutrinas que concordamos e de outras que não entendemos. Para onde isso levará? Nem preciso responder. Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós, transformando corações de pedra em corações de carne. Na ótica do evangelho, amar é compulsório, e se fosse fácil…

 
William Mazza